Libertação 2017
Ilhas Solitárias 2018
Caverna 2018
Mulher 2018
Confluência 2017
Mar de Emoções 2018
No dia a dia do ateliê, partilhamos muitas dores e alegrias, risadas e lágrimas.
Somos 100 mulheres vivendo um turbilhão de sentimentos.
Instalação em cerâmica
Produção coletiva realizada com as alunas do Ateliê de Cerâmica Luciana Thomaz, idealizada e coordenada por Flavia Pircher
Kathársis 2021
Catarse é a purificação dos espírito através da purgação do que é estranho à essência do ser.
Depois do COVID muita coisa mudou.
Ao serem obrigadas ao confinamento as pessoas se depararam consigo mesmo, e um processo doloroso de auto conhecimento teve início. Para alguns foi libertador, para outros nem tanto.
O fato é que ao nos exergarmos nos deparamos com nossas próprias deformações. Se antes nos exergavamos perfeitos (talvez porque não nos víamos de verdade, mas apenas passávamos o olhar de relance, sem nos ater aos detalhes).
Agora todos vivenciamos um pouco do amargor de Dorian Gray quando se viu diante do espelho. Desespero para alguns, alegria para outros, para mim foi constatação de que somos defeituosos (graças a Deus), e a auto aceitação se tornou minha tarefa: me perceber como realmente sou, enxergar as deformidades, mudar o que for possível e necessário, aceitar o que não há como ser mudado, e ter paciência e sabedoria pra diferencia uma da outra.
Essa escultura concretiza minhas reflexões no período que tive covid e fiquei isolada da família.
Ela também marca meu retorno à técnica do acordelado, que tinha sido “abandonada” por anos (desde que comecei a tornear). E foi resgatada no Japão, na convivência com minha sensei Mieko Sagisaka. Lá mergulhei no acordelado e revisitei essa técnica. Me aprofundei nos princípios mais básicos da modelagem manual. Voltei ao princípio . Assim como nos dias de covid voltei ao meu íntimo e me reencontrei.