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útil para alma
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Libertação 2017
Ilhas Solitárias 2018
Quando nos desligamos da concretude e nos permitimos elevar o olhar, somente então percebemos aquilo que os olhos não veem.........nos deparamos com um mundo sublime, composto de elementos intocáveis e perceptíveis exclusivamente às sensações e aos sentimentos.
Foi assim que voltei da Índia.
Instalação em cerâmica queima de Raku e em forno elétrico
Caverna 2018
A República, livro VII-Platão
"No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, sem poder ver uns aos outros ou a si próprios. Atrás dos prisioneiros há uma fogueira, separada deles por uma parede baixa, por detrás da qual passam pessoas carregando objetos que representam "homens e outras coisas viventes". As pessoas caminham por detrás da parede de modo que os seus corpos não projetam sombras, mas sim os objetos que carregam. Os prisioneiros não podem ver o que se passa atrás deles e veem apenas as sombras que são projetadas na parede em frente a eles. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade. Imagine que um dos prisioneiros seja libertado e forçado a olhar o fogo e os objetos que faziam as sombras (uma nova realidade, um conhecimento novo). A luz iria ferir os seus olhos e ele não poderia ver bem. Se lhe disserem que o presente era real e que as imagens que anteriormente via não o eram, ele não acreditaria. Na sua confusão, o prisioneiro tentaria voltar para a caverna, para aquilo a que estava acostumado e podia ver.
Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, os seus olhos, agora acostumados à luz, ficariam cegos devido à escuridão, assim como tinham ficado cegos com a luz. Os outros prisioneiros, ao ver isto, concluíram que sair da caverna tinha causado graves danos ao companheiro e, por isso, não deveriam sair dali nunca. Se o pudessem fazer, matariam quem tentasse tirá-los da caverna".
Você pode acreditar do que vê? Ou pode ver o que acredita ser? Onde se forma a imagem que você vê: na retina ou na sua mente? Você tem consciência de que ao olhar uma foto, fatalmente inclui seu próprio pensamento na imagem que vê? Quando conseguimos enxergar sem deixar nossos sentidos distraírem nosso pensamento racional? Somos capazes de enxergar sem interpretar? De ver a realidade sem deixar a percepção se intrometer e modificar o que é em aquilo que desejamos que seja? Onde está a verdade do que enxergamos? O que vemos é o que realmente existe? Ou é apenas nossa própria representação da ideia que fazemos? Qual o fundamento das coisas que vemos, da própria vida? Qual é a verdade essencial da existência?
Mulher 2018
"subst. fem., pessoa adulta do sexo feminino, dotada de inteligência e linguagem articulada que representa parte da humanidade, fêmea, dama, senhora, moça, menina, cônjuge, dona, esposa, patroa, amiga, companheira, protetora, namorada, mina, filé, amante, concubina, confidente, aluna, professora, madame, guerreira, rainha, princesa, beata, irmã, filha, afilhada, prima, cunhada, madrinha, comadre, sogra madrasta, avó, mãe.
Sim, somos todas elas num só corpo. Somos várias, somos multifunções, somos ÚNICAS".
Instalação em cerâmica
Argila Tabaco. Esmaltes de alta temperatura.
Queima elétrica.
Confluência 2017
Mar de Emoções 2018
No dia a dia do ateliê, partilhamos muitas dores e alegrias, risadas e lágrimas.
Somos 100 mulheres vivendo um turbilhão de sentimentos.
Instalação em cerâmica: Produção coletiva realizada com as alunas do Ateliê de Cerâmica Luciana Thomaz, idealizada e coordenada por Flavia Pircher.
Kathársis 2021
Catarse é a purificação dos espírito através da purgação do que é estranho à essência do ser. Depois do COVID muita coisa mudou. Ao serem obrigadas ao confinamento as pessoas se depararam consigo mesmo, e um processo doloroso de auto conhecimento teve início. Para alguns foi libertador, para outros nem tanto. O fato é que ao nos exergarmos nos deparamos com nossas próprias deformações. Se antes nos exergavamos perfeitos (talvez porque não nos víamos de verdade, mas apenas passávamos o olhar de relance, sem nos ater aos detalhes). Agora todos vivenciamos um pouco do amargor de Dorian Gray quando se viu diante do espelho. Desespero para alguns, alegria para outros, para mim foi constatação de que somos defeituosos (graças a Deus), e a auto aceitação se tornou minha tarefa: me perceber como realmente sou, enxergar as deformidades, mudar o que for possível e necessário, aceitar o que não há como ser mudado, e ter paciência e sabedoria pra diferencia uma da outra. Essa escultura concretiza minhas reflexões no período que tive covid e fiquei isolada da família. Ela também marca meu retorno à técnica do acordelado, que tinha sido “abandonada” por anos (desde que comecei a tornear). E foi resgatada no Japão, na convivência com minha sensei Mieko Sagisaka. Lá mergulhei no acordelado e revisitei essa técnica. Me aprofundei nos princípios mais básicos da modelagem manual. Voltei ao princípio . Assim como nos dias de covid voltei ao meu íntimo e me reencontrei.
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